Descrição Histórica

Descrição Histórica

Imóvel:                Igreja de Nossa Senhora do Terço (antiga Igreja do Convento de São Bento).

Localização:          Av. Combatentes da Grande Guerra, 270 / 272
                           4750 - 279 Barcelos
                           Distrito de Braga

Protecção:            I.I.P. Dec. nº. 47 508, DR 20 de 24 Janeiro 1967

Utilização Inicial:   Cultural e devocional: Igreja de Mosteiro beneditino feminino.

Utilização actual:   Cultural e devocional.

Propriedade:         Privada: Igreja Católica

 

Situada a norte do Campo da Feira, a Igreja de Nossa Senhora do Terço que, na sua origem, integrava o convento de religiosas beneditinas - hoje trasnsformado em centro comercial (Nota da Confraria) - foi uma das edificações que, no início do Século XVIII, contribuiu para a estruturação da malha urbana desta zona da cidade, então em expansão. (ALMEIDA, 1990, p.28)

A fundação do convento encontra-se relacionada com a demolição de um outro, em Monção, ordenada por D. Pedro - os portugueses e espanhóis estavam em guerra (N.C.) -, com o objectivo de reedificar e fortalecer as muralhas defensivas desta localidade. As religiosas de Monção deveriam, então, ser transferidas para o convento a construir em Barcelos, onde a primeira pedra do novo edifício foi lançada em 1707 - 14 de Agosto (N.C.) -, já no reinado de D. João V, e com o aval do Arcebispo de Braga, D. Rodrigo de Moura Teles. Os trabalhos prosseguiram com rapidez, e em 1713 - 8 de Julho (N.C.) -, quando o cortejo, presidido pela madre superiora, seguida do arcebispo e pelas autoridades distritais e concelhias, vindo a pé desde o templo do Senhor da Cruz, conduziu as mais de cem religiosas às suas novas dependências, estas estavam quase totalmente concluídas, à excepção do minarete da Pedra do Couto que só foi terminado em 4 de Outubro do mesmo ano. Os painéis de azulejos da capela-mor foram feitos cinco ou dez anos depois da inauguração. (P. Manuel Avelino Ferreira)

A extinção das ordens religiosas, em 1834, não trouxe consigo o imediato desaparecimento do convento, por esta ser uma casa feminina, e só poder ser extinta após o falecimento da última freira, o que aconteceu em 1842. As dependências conventuais foram vendidas em hasta pública e, posteriormente, demolidas. Somente a igreja subsistiu até aos nossos dias, tendo acolhido, a partir de 1846, a Confraria de Nossa Senhora do Terço, até então sedeada na Capela do Divino Espírito Santo, mas que entretanto havia sido demolida. (Rosário Carvalho IPPAR)

O templo, inicialmente, era denominado de Igreja de São Bento, uma vez que foi construído para a Ordem Beneditina. Após a transferência da Confraria de Nossa Senhora do Terço e da sua imagem para o templo beneditino, passa a ser Nossa Senhora do Terço a padroeira principal. «Mas, ainda hoje se houve popularmente chamar de Igreja de São Bento, e mesmo Igreja das Freiras, à mistura com o seu nome oficial [...] o povo dificilmente muda os seus hábitos ancestrais, transportados através de gerações, o que também está certo, lentamente transmitindo história». (P. Manuel Avelino Ferreira, 1982)

Uma vez que, a Igreja de Nossa Senhora do Terço se situa na Igreja de São Bento, é justo que não de perca a memória nem se esqueçam as suas origens e de futuro se passe a chamar de "IGREJA (beneditina) DE NOSSA SENHORA DO TERÇO". (N.C.)

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